Wednesday, August 31, 2005


BELEZA Posted by Picasa

BELEZA

Vivências rudes por trilhos agrestes.
Conhecemos o passado dos desencantamentos...
Qual será o brilho do nosso olhar futuro?
De momento partilhamos estilhaços e repartimos desilusões.
Afogamos as palavras no vinho das emoções.
Temos beleza nas mãos e diferenciamos o que tocamos.

SEM ROSTO

Sem voz... sem rosto... qual o sentido?
Palavras reconhecidas no encontro inesperado.
Aconchego sereno na frieza dos dias,
Luz que ilumina um pouco o quotidiano.
Estendo a minha mão para ti.
Quem quer que sejas neste mundo agreste
És vivência terrena com sentido.

Tuesday, August 30, 2005


PALAVRAS ARQUIVADAS Posted by Picasa

PALAVRAS

Absorvo as palavras como a esponja do hemisfério.
Tranquilamente deito-me e repenso o dicionário.
Defino significados de textos e palavras soltas.
Reconheço o paraíso ao encontro das mensagens.
São palavras o que tenho para oferecer...

Monday, August 29, 2005

CASA

Através da janela atravesso o jardim da casa onde nasci.
Há estátuas cravadas no tempo que acompanham os meus passeios.
Há árvores que cantaram nos momentos em que me abandonei.
Há espaços abertos onde a felicidade espreita sem conseguir entrar.
Há quadros perdidos que foram transportados no espaço.
Através da janela atravesso o jardim da casa onde nasci.

Sunday, August 28, 2005

ENTERRADO

Os sinos badalaram...
O som era grotesco tal como a tua passagem pela vida.
Abandonaste o material que tanto reluzia nos teus dias.
E agora... sabes o que fazer com o teu espírito?
Talvez agora te eleves e aprendas os valores nobres...
Sentimentos que sempre desprezaste e reprimiste.
Agora aprende a mensagem de amor que um dia te tentei dizer...


ENTERRADO Posted by Picasa

PARAÍSO

As velas anunciaram a chegada com o pavio a desenhar na gravidade.
A chave dos teus olhos penetrou na fechadura dos meus sentidos.
O manjar aconchegou o momento enquanto as mãos acalentaram o desejo.
O vinho enebriou as acções e despiu de preconceitos o pudor.
Não foras tu quem eu sempre desejei e seria o paraíso.

Friday, August 26, 2005


STARRY Posted by Picasa

ESTRELAS

Estão dispersas as estrelas na estrada.
Estão escondidas as que trazem o encantamento nos braços.
Estão brilhantes as que trazem memórias...
Estão apagadas as que vivem na rotina...
Estão resplandecentes as que vivem.

Thursday, August 25, 2005

ENCONTRO

Pedras no peito em vez de coração.
Desprezo com rasgos de perdão...
Envolvências ruidosas
Vozes e passagens sedosas...
Vazio de encontro ao prazer,
Muralhas de palavras a oferecer.

Wednesday, August 24, 2005

QUEM ÉS?

Se me perguntarem quem és...
Eu digo: indefinido, antipático, receoso e vaidoso.
Adjectivos que classificam ou desclassificam os nossos lugares.
Mas eu adjectivo os teus olhos brilhantes...
mesmo quendo fogem ao circuito;
Mas eu adjectivo as tuas mãos sedosas...
mesmo quando escondem o suor do encontro;
Mas eu adjectivo a voz enebriante...
mesmo que tenha um tom eloquente;
Mas eu adjectivo a passagem do teu corpo...
mesmo quando a minha passagem é ausência para ti.
Por isso eu pergunto: quem és?


ABRAÇO Posted by Picasa

AUSÊNCIA

Por planícies de abraços percorri o teu corpo montanhoso.
Encontrei vales de sedução e flores no teu sorriso.
Bebi a água que transbordou do no nosso amor.
O céu chorou à nossa ausência.
Nasceram raízes no chão das nossas sombras.
Outros amantes se encontraram no mesmo sítio à mesma hora.
Escondida por vezes ainda espero que tu apareças na planície.
Mas as tuas flores crescem noutra direcção,
O teu leito mata a sede de ninguém.

Monday, August 22, 2005

VIVER

As estrelas são pontos de exclamação nas frases do quotidiano.
Trago planetas no colo como ramos de flores para oferecer.
O sol orienta o percursso envolvido de nada que percorro.
A lua ilumina as ideias com o branco do vazio.
Tenho tudo e nada para viver.

Thursday, August 18, 2005

FIM

Não há mais páginas...
Os encantos da fantasia acabaram.
O conto interminável anunciou o fim.
Li a história dos teus passos e arrumei o livro.

Wednesday, August 17, 2005


ESPAÇO INTEMPORAL Posted by Picasa

VOO

A manta que cobre as minhas pernas esconde o pudor do desejo.
Transparece as mazelas e o rubor da vontade.
Acalento a almofada como um abraço perdido.
Deito-me no sofá do céu e voo para o horizonte longínquo.
Voo para a montanha onde o precipício é mais intenso,
onde a água nasce límpida de preconceitos,
onde se respira vontade de viver.

Tuesday, August 16, 2005

PASSAGEM

A brisa trouxe o teu cheiro e absorvi-me na temperatura do vento.
Vi raios nos teus olhos odiando a minha passagem no rio.
Naufraguei na solidão e a água secou as lágrimas que levava.
Continuo sem respirar no leito do teu alcance.

Monday, August 15, 2005


SOZINHA Posted by Picasa

ILUSÃO

Grito o teu nome ao vento
E pelos meus pecados peço perdão.
Mas permaneces um encantamento
De Ulisses na minha história de ficção.
Eu não tenho nome nesta história
Sou passagem dos teus olhos, uma ocasião...
Podia ter beleza o desfecho, mas não, não...!
A tua sombra consome os meus dias,
És como um fantasma em perseguição
Que brinca e foge dos meus sentidos,
Estás presente em constante mutação.
Tão depressa rio como choro
Por saber que luto com uma ilusão.

Sunday, August 14, 2005


POR DIZER Posted by Picasa

CAIS

Nuvens do espaço que trazem memórias do teu corpo.
Chuva de lágrimas que transporto todos os dias.
O vento abraça-me com intemporalidade.
Fujo do sol que me queima os olhos.
A tua indiferença é como queimadura da neve.
Todos os sinais me tansportam na fantasia do teu ser.
Todas as fantasias desenbocam no teu cais.
A água traz e leva as mensagens que ficaram por dizer...


ESQUECIMENTO Posted by Picasa

VIDA

Na viagem dos abraços que abandonamos
encontro o desespero na mesa.
Como o que a fantasia me devolve
e bebo o suor que arrefeceu dos nossos corpos.
Estou enjoada da vida medíocre.

LINHAS

Tragos de vida enebriados por envolvencias sedosas,
Conversas subtis de alcance longínquo...
Vidas cruzadas de pedras semelhantes.
Semelhança na diferença do estado de vida.

Saturday, August 13, 2005


ENVOLVENCIA Posted by Picasa

ENTRADA

Vivências pedestres por trilhos desconhecidos.
Será o futuro que se esconde?
Futuro de desencontros e emoções.
Será o passado que se desvanece?
Passagens, lugares, personagens...
Onde está a porta da metamorfose?


ENTRADA NO PASSADO/FUTURO Posted by Picasa

Friday, August 12, 2005

PROMESSA

Deixaste os olhos na praia e o mar apagou os rastros.
As lágrimas salgaram o mar que banhou o teu corpo.
Trouxeste nos bolsos o cheiro a pecado e
atravessaste a areia como um deserto.
Onde estão as algas que me prometeste?
Ficaram no sol que te queimou a pele,
ficaram na toalha que te abraçou os flancos,
ficaram fósseis nas rochas.

FANTASIA

Afago os teus olhos como se fosses uma criança.
Conto histórias de fantasia aos teus passos.
Brinco com mensagens por decifrar.
Caio na lacuna do espaço e perco o rumo ao tempo.
A passagem do teu corpo é indelével.
Conto histórias de fantasia aos meus passos!

Wednesday, August 10, 2005

DIAS

A tela é cinzenta e a tinta escura.
A fusão é triste, sem cor...
Trago melodias sem letra para te oferecer,
Flores sem perfume e horas sem encantamento.
É o quadro dos meus dias desmedido de tempo.
Tempo que escasseia pelas frestas,
Espaço ardente de consumação de horas.

RETRATOS

Os raios de sol queimam-me as entranhas.
Deixei-me levar pelo vento e perdi o rasto aos meus braços:
eram alongamentos de prazer e transformaram-se em troncos envelhecidos.
A brisa traz retratos ausentes fotografados nos meus dias de sempre.

PERDIDA

Transponho o universo de encontro ao teu espaço.
O teu planeta está tão distante... e não sei que vidas habitam aí!
A exploração disse-me para ter cuidado com as pedras,
Mas eu persisto em ser apedrejada e continuar o caminho.
Vejo a distância e não consigo sair do mesmo sítio.
Os teus olhos são a gravidade que me empurra para não chegar,
Não há sinais de esperança e não sei o caminho de regresso.

Friday, August 05, 2005

MEMÓRIAS

Na tempestade rebusquei o baú das velharias e encontrei um sonho de pó.
Tirei retratos do passado com sorrisos amarelecidos da humidade.
Não encontrei nada que o passado tivesse levado para casa.
As memórias flutuam no pântano como flechas apontadas para o alvo.

JARDIM

Fogueira que arde no jardim que construiram os antepassados dos guerreiros.
Raízes ancestrais que deixaram rastos e palavras como testemunhos dos seus desencontros e achados. Histórias de paixão, violência que traduzimos em evolução de tecnologias. Mensagens de garrafas passaram a toques polifónicos... e eu vejo o jardim a arder... e nada posso fazer!
Trago mensagens cravadas que solto pelos dedos num teclado negro no meio do nada.
O jardim está a morrer... já não há heróis... Nero também viu o jardim a arder e gostou, Romeu viu o amor morrer e ardeu, Sebastião desapareceu por entre chamas de nevoeiro. Trago as histórias no colo e deito-as na fogueira, e vou deixar o jardim arder.

OUTRO LUGAR

Coloco as asas e voo para outra dimensão. Encontro o sol que me queima as pestanas mas banho-me no luar... qual é esta galáxia? É desviada do sol e tem raios de chuva, tem uma temperatura amena e não fere os sentidos. Traz o arco-íris pelo chão e as pétalas voam através do vento. Quero morar aqui onde a gravidade sentimental tem sintonia com os dias de existência.

VAZIO

Entro em casa e o tapete solta-se dos teus braços...
sento-me no banco do destino que anuncia a tua ausência.
Vivo por entre paredes de desejo asfixiado.
Tenho sede de passar nas escadas e vejo a porta no fim de tudo.
No fim de tudo vejo o vazio pelo qual entro e saio todos os dias.

Tuesday, August 02, 2005

SENTIDO

A dualidade é a tua orientação. A busca de fruto na árvore sem raíz, a apetência do abismo. Procuras o desconhecido e foges do escuro. Encontras o mar e desejas o sal mas a sua magnitude devolve-te as algas que lá deixaste. Não sabes para onde vais mas o caminho está marcado nas areias que o deserto guarda solitariamente.

ONDE ESTÁ?

Vazio de desejo, despojado de vontades e ausente de sentidos. Onde está? Onde o mar se transforma em fogo, onde as flores se transformam em musas, onde as pedras desenham o caminho... o jardim do Éden que construí. Está nos teus olhos a desorientação está no teu corpo a ausência de tudo que se transfoma...está onde o mergulho acontece de encontro ao infinito.