Sunday, April 30, 2006

CANÇÃO

Soltas os acordes que se identificam,
Segregas notas pelos teus dedos
E deixas o som baixar aos meus olhos.
No intermeio das notas musicais
Componho canções para as tuas melodias.
Traduzo gestos e denominações
E descrevo adereços e situações.
Juntamos a criação de ambas as loucuras,
Deixamos que as palavras entrem no corpo,
Deixamos que a melodia se entranhe na pele,
Deixamos que a canção embale a dança dos sentidos.


DIZES Posted by Picasa

Wednesday, April 26, 2006

PROCURA

Procuro nas palavras dos meus olhos
A indentificação das mãos que não vêem...
Vejo com a pele do encontro o percurso a fazer.
É desorientado e impreciso, com lacunas e alegrias.
Com textos por companhia e desejo de viver.

VONTADE

Trazes desejos escondidos nos dedos,
E reecontras histórias na fantasia solitária.
As sensações efémeras enraizam-se nas tuas mãos
E deslizas com elas a satisfação fugaz.
Trazes recriações de teatros de luxúria
E cenários de ondulação vibrante.
Trazes interpretações brilhantes
Que se revelam no palco da vontade.

Tuesday, April 25, 2006

PARTILHA

Angústias dobradas na esquina da rua
Prazeres desencontrados...
Orientações perdidas na partilha.


LIBERDADE Posted by Picasa

LIBERDADE

Liberdade no espaço
Constrangimento no desejo.
Liberdade na vontade
Cautela na atitude.
Liberdade nas palavras
Censura na interpretação.
Liberdade por si só:
Libertação de pessoas.

PEDRAS

Trazemos cristais para pousar na mesa
Espalhamos as pedras por a madeira gasta,
Olhamos os reflexos e as cores que exibem.
Colocamos as mãos nas energias preciosas
E sugamos a esperança de dias de amor,
E aspiramos vontades do e no saber.
Continuamos a veneração às pedras
Que nos mostram caminhos de vida.
Mostram que nos desvios encontramos pedras
Que podem ser preciosas para viver.

Sunday, April 23, 2006

DIA

Preso no quadrante do teu perfil...
Preso nos olhos do raiar do dia,
Preso no despertar das mãos ao sol,
Preso no elevar dos braços ao teu corpo.
Preso no horizonte do teu peito,
Preso no leito das tuas pernas,
Preso no percursso de todo o dia.


ENCURRALADO Posted by Picasa

FLORES

Estranha forma de vida esta de trazer palavras aos molhos.
Entrego textos como quem entrega flores...
São pedaços que alegram histórias que florescem.
Cruzo momentos em vivências alheias.
Escolho memórias de palavras editadas.
Espalho flores no quotidiano...
Mas arranco-as do meu jardim.
Corto pés de vivências e enfeito ao meu gosto.
Rasgo no tempo de alguém textos que ficam
E entro na sua vida com lembranças falsas.
Esta dádiva roubada com vaidade traz
Memórias obsoletas a vidas sem sentido.

HORAS

Chegar e voltar nas horas desamparadas,
Ver o tempo a escassear na retoma da vontade,
Sentir o pulsar da chuva na testa do amanhecer.
Agarro o sol como se não me queimasse as mãos.
Mas a pele mostra as marcas da tua luz e glória.
Tento entardecer ao som do encontro da tua voz,
Mas as palavras fundem-se no abismo da gravidade.
No luar acompanhado desenho a história
E encontro um final talvez feliz para as horas infinitas.

Thursday, April 20, 2006

FANTASIA

Perco e ganho... luto e desisto.
Transponho e encontro.
Complemento e fantasia.
Perco e ganho... luto e desito.
Ligação e reconhecimento.
Ausência e fantasia.
Perco e ganho... luto e desisto.
Incondicional e sentido.
Verdadeira a fantasia.
Perco e ganho... luto e desisto.

Monday, April 17, 2006


ENCONTRO Posted by Picasa

CANÇÃO

Na canção das horas soam letras que ecoam nas paredes.
A melodia enfeita o espaço como as pinturas que vamos juntando.
Na decoração da minha melodia decoro a letra que mais me comove.
Ao som do teu corpo canto a pintura da minha vida.

JOGO DA VIDA

O desafio da diferença é lançado no tabuleiro.
Os jogadores lêem as peças e movimentam-nas.
Avançam, recuam, apostam e vão seguindo em frente.
Há casas em que a paragem é efectiva,
São reflexões e actos contidos...
E noutras há avanços de encantamento e prazer.
E jogando são peças do tabuleiro no jogo da vida.


MOVIMENTO Posted by Picasa

MOVIMENTO

Na luz transparece um raio de cor indefenida.
Procuro-o com as mãos no fogo dos teus olhos
que queima a linha da luz que me invade.
Quando me transporto retenho-me na metamorfose do dia.
É claro e escuro como se no teu corpo amanhecesse ou entardecesse
ao movimento de um abrir e fechar de olhos.

PARAÍSO SUBMERSO

Posiciono-me na linha da água
E direciono-me no seu percursso.
Molho as mãos na frescura da tua pele
E mergulho no teu corpo salgado.
Deixo as ondas percorrerem o meu corpo
Enquanto tentas respirar dentro da água.
Asfixiamos longevidades na profundidade
E alcançamos paraísos submersos.

Sunday, April 09, 2006

PARAGENS

Tempestade de areia na transição da estação.
Paragens de transportes e passagens...
Com o passado na mala que carregavas
Chegaste à estação e pousaste as mãos.
Arranjaste o cabelo e distanciaste a realidade
Envolveste o pescoço com o cachecol da sedução.
Partiste de encontro a outra paragem no efémero
Com saída indefinida na paragem da vontade.


ESTILHAÇOS Posted by Picasa

IDA E VOLTA

O papel suporta as enfermidades
das mãos que comprimem as palavras.
A tinta expele a vida que transborda
por entre as linhas pautadas de tudo.
É esta a história que escrevo...
Marco na areia dos sentidos
os passos desorientados de ida e volta.

DESUMANIDADE

Desumanidade de tirar a quem já nada tem.
Esmagaram-me as palavras no rosto.
Bateram-me com as as frases do contexto
E obrigaram-me a escrever a história.
Desumanidade de tirar a quem já nada tem.

DESEJO

Fragmentaram-se ansiendades na ausência das horas.
Esvaíram-se realidades das mãos que se tocaram.
O vidro embaciou com a respiração do teu corpo.


VIVER Posted by Picasa

FECHADOS/ABERTOS

Com os olhos fechados iludiste os dias de nevoeiro...
Com os olhos abertos deixaste que o sol entrasse.
Com os olhos fechados pousaste as mãos no infinito...
Com os olhos abertos sentiste a pele a respirar.
Com os olhos fechados esqueceste o meu nome...
Com os olhos abertos enfrentaste o desafio.
Com os olhos fechados discursaste mundanamente...
Com os olhos abertos viveste intensamente.

PEREGRINOS

Cruzadas em ideias e encruzilhadas em acções.
Propaga-se a fé da fantasia em terras desconhecidas.
Caminha-se no desconhecido com ensinamentos e paixões.
Os peregrinos acolhem a vontade de se conhecerem.
Descobrem as crenças do corpo velando o etéreo.

Thursday, April 06, 2006

TRANSFORMAÇÃO II

Transformo o abismo em passadeira de contextos retalhados da passagem efémera.
O incondicional virou as costas e entrou no nevoeiro que cobria o mar.
Afundei as mãos nas ondas que se levantaram ao som da tua voz.