CAMINHO
Caminhei no lote das entregas devolvidas do teu cabelo negro,
Tropecei na embalagem caída, rasgada de cetim e alfazema
E escorreguei no aroma que distanciava as letras dos olhos.
Despiu-se a rua dos retratos e iluminou-se a efémera luz da noite,
Atravessei o cruzamento sem passadeira na troca do destino
E desci sem olhar para trás a rua do teu corpo cinzento e urbano.
Esqueci a morada dos teus olhos no bolso escondido e descosido
E o papel perdeu-se nas pedras que o caminho me mostra todas as noites.
1 Comments:
Excelente! Não sou grande apreciadora de poesia, porque há excesso de pessoas que se intitulam "poetas" e dão mau nome à poesia. Só li este poema seu. Não sei se tive a sorte de acertar no melhor. Sei que gostei dele verdadeiramente. Parabéns
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