Sunday, January 24, 2010

EM CONSTRUÇÃO.
O MURO ESTÁ A JUNTAR AS PALAVRAS PARA PODER ACABAR...

Thursday, October 16, 2008

VAZIO

São teus os olhos de água,
Temperados de raios leves de lua
Que espreitam quartos empoeirados.
Não vejo os pés frios e descalços,
Sinto-os na pele fresca do chão,
E a vida foge como a escada rolante.
Trago as mãos vazias para te deixar
No recanto da sala distante que coabito.
Na intempérie os dias desfolham-se
E as terras fecundadas de nada,
Vertem lágrimas sangrentas nas folhas
Que pingam o futuro da noite vazia.

Twins - Thorsten Jankowski

Dádiva

O pão está cortado na lâmina dos dias,
Trazes cada pedaço guardado no colo
Esperas inversamente a transformação em rosas.
Exala perfume de elixir ou luxúria convulsiva,
Por isso partes religiosamente nas horas
E saboreias casa pedaço em dádiva de Deus.

Monday, July 07, 2008

O meu poema Destino interpretado pela Otília Costa

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DESTINO

Atravessei a rua e deixei cair o saco das notícias.
A minha vida espalhou-se e rolou pelo passeio.
Foram pedaços de ternura que se partiram no chão frio e
canções de tristeza que embalaram a estrada de asfalto.
Sem rumo pedi boleia ao cair da noite...
Entrei no camião de esperança que se conduzia com velocidade.
Acelerei no destino sem noção do abismo.
Sem saber que orientação levava aceitei a boleia.
Hoje vivo no pântano onde o arco íris aparece frequentemente
Porque faz sol e chuva ao mesmo tempo.

A Sara e o Igor declamaram o meu poema Encantamentos com uma música lindíssima composta por eles. Obrigada. Adorei!

Sara e Igor na Feira do Livro da Maia

ENCANTAMENTOS

No embaraço das linhas enoveladas dos dias
Começo a desfiar horas de fazer conta de cor,
Com contas aos segundos e contos às ausências,
Enovelo a história dos desencontrados momentos.
Num desfiar de enredos pessoais e intransmissíveis
Escrevo contos que apanho com as agulhas,
Enquanto fazes as contas ao preço do novelo
que carrego ao colo para trabalhar o teu corpo.
E continuo a dar pontos na malha de te aquecer
Enquanto contas quantos dias eu consigo permanecer sentada.
Eu luto com as posições cansadas e os olhos gastos
E fazes contas às horas como perdas de tempo...
Mas eu faço encantamentos para te oferecer no frio.

Sunday, July 06, 2008

"Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro acorda." (C. G. Jung)

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Feira do Livro na Maia

Foi ontem na Feira do Livro da Maia que estiveram a Otília e Ruben a fazerem dramatizações de poesia e a Sara e o Igor com as suas adaptações e interpretações musicais de poesia.
Para semana vai haver desgarrada de poesia na sexta-feira à noite, vale a pena ver!

Friday, July 04, 2008

PARTIDA

Na partida das mãos versáteis e apertadas
Sente-se a febre do sexo quente e febril.
Na emoção do abraço que se transforma
Em pesar de horas contadas e perdidas,
Reza-se o último desejo fugaz da despedida.
Fecha-se a porta da mala da fantasia perfeita
Um segundo mais de felicidade que perdura
E fecha-se a porta… Fecha-se o pôr -do –sol
Dos versos simples sem tesouros descobertos.
As moedas de ouro gastaram-se com as contas
Dos dias sem calendário na erosão das palavras.

Monday, June 30, 2008

SOL

Revolver das letras no copo vermelho do póquer,
Caem os dados na mesa áspera do jogo de perde a vida,
Aposta o caminho de sempre na passagem dos números,
Avança e recua na planta do tabuleiro deitado,
Esconde a cor quente dos olhos que aspiram a meta
E mostra o corpo veloz na tentativa do recorde.
Movem-se as peças na leveza do sol que nasce ao deitar.

Obrigada Carolina

Na apresentação da Antologia o Bailado foi o poema escolhido pelos actores para interpretar a minha poesia. Quem o fez foi a Carolina Rangel, uma menina de 11 anos que traz a poesia nos olhos e a intensidade de viver no corpo.

BAILADO

Ponta na ponta dos pés da bailarina,
Transparece a saia na pele cor-de-rosa
E as mãos arabescas acenam fantasias.
Olhos no vazio do encantamento
Rodopiam na gravidade hesitante,
Caem graciosidades no tempo encenado
E a música atravessa o corpo móvel.
Euforias de emoções sentadas
Aplaudem o cenário penteado
No cabelo brilhante do salto leve.
De ponta em ponta corro atrás dela
Como uma sombra cansada e vagarosa,
Levanto os braços e vejo a luz,
Entra o holofote no meu corpo
E eu bailo um poema de Gedeão
Que mistura sonho e realidade,
Coragem e ilusão da humanidade!
Junto os pés e desço os braços
O corpo culmina com o palco negro
E a música que toca desaparece.
Nas mãos que se engrandecem
O ritmo é o agradecimento de sentir.


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Sunday, June 29, 2008

Apresentação do Livro Nascido Tarde

Estivemos na Faculdade de Letras a apresentar o livro Nascido Tarde da Ana Maria Costa.
O Paulo falou da obra eu falei da autora e o Sandro declamou os poemas.
Foi um bonito momento, uma fusão de amizade poética entre várias gerações...o público não era muito porque como diz o ditado: "em casa de ferreiro espeto de pau" e na Faculdade onde se deveria dar mais importância às letras estas andam dispersas em mensagens sms...
Esperemos que esta juventude da faculdade consiga pelo menos Nascer Tarde como a "nossa" Ana Maria.



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