Friday, July 29, 2005

CÉU

A cor do céu é um véu que trago caído nos ombros e me pesa como um fardo. Carrego emoções desorientadas que não sabem a distância da tua presença. Um caminho agreste e sem sentido que procuro pintar emite pouco sentido. A beleza da luz incomoda-me e a cor do céu faz-me fechar os olhos.

Wednesday, July 27, 2005

DESCODIFICAÇÃO

A estrada dos teus passos volteia do desenconto das fantasias, o azul do céu transformou-se em nostalgia compulsiva que desencadeio como se carregasse num botão. A luz do teus olhos é electricidade que não pago na factura dos meus dias e por isso não tenho direito aos teus devaneios. A tua paixão prolifera por entre as paredes do teu corpo e é um lugar no Olimpo. Eu não consigo chegar à linguagem do céu, mas ando à procura do caminho...

Monday, July 25, 2005

DISTANTE

Conheço o sol das pedras da calçada e só sinto a chuva que derrapa nos meus pés. Sinto o frio da rua que amanhece com o desprezo dos teus olhos. Os carros transportam-se como espectros que vagueam pelas sombras. Dejectos do teu percursso caem por varandas fictícias. Os prédios continuam inertes à volatilidade do teu corpo. Eu não atravesso a rua porque o passeio do outro lado é cimento e o frio gela-me os ossos.

Friday, July 22, 2005

TRISTE

Trago as correntes do desepero presas nos meus tornozelos... sinto um peso desmedido sem objectivos de alcance. O meu caminho ficou marcado e no vale da solução a porta estava fechada. Caminho penoso de transladações de sentimentos, enterro a esperança...

VIVO

A chacina dos sentimentos defende a falsa integridade. A dualidade permanece até a questão se colocar. Coloquei? E agora vivo desintegrada do mundo, procuro fogos e águas, precipícios e salvações... deitei fora o papel que decorei para a peça, já sei as palavras, mas sei o texto ao contrário e cito o poema revirado do avesso.

FRIO

O sol estremeceu e queimou ao de leve os meus cabelos, não senti dor nem fantasia.
A fonte trouxe a leveza do líquido que corre no meu corpo não sabendo onde o horizonte se transpõe e se tranforma em gelo. Frios os ânimos do teu caminho. Frio o sabor da derrota dos teus olhos.

Wednesday, July 06, 2005

SORRISO

O teu sorriso é minha fragilidade...
O teu corpo é névoa que não deixa ver a realidade.
Não procurei os teus olhos mas o céu mostrou-me como eles brilham.
O teu sorriso é minha fragilidade...
Sou uma imagem cansada que consomes nos intervalos.
Sou um corpo desintegrado e os meus olhos embaciaram com a humidade.
O teu sorriso é a minha fragilidade...
És imprecisão do espaço na plenitude dos dias.
És canção de ausência no fado da vida.
E o teu sorriso é a minha fragilidade...
Sou sombra perene de beleza fugaz.
Sou um vácuo no universo.
Mas o teu sorriso é a minha fragilidade...

Friday, July 01, 2005

INTENSIDADE

Não sinto o brilho do sol... não vou de encontro ao mar sem sentir o sal a azedar o meu paladar. Tento compreender a luz que brilha no teu caminho mas a intensidade cega-me a visão. Não consigo entender o silêncio das aves, tento ouvir as palavras que não existem... estás tão longe que o som não chega ao meu espaço! São estilhaços de dor que transporto. Vou de encontro ao mar mas não sei se ele me fere ou me encanta. Procuro a grandeza mas não sei qual é o rumo a navegar. Procuro os brilhos da luz e as ondas da tua intensidade...