ENCANTAMENTOS
No embaraço das linhas enoveladas dos dias
Começo a desfiar horas de fazer conta de cor,
Com contas aos segundos e contos às ausências,
Enovelo a história dos desencontrados momentos.
Num desfiar de enredos pessoais e intransmissíveis
Escrevo contos que apanho com as agulhas,
Enquanto fazes as contas ao preço do novelo
que carrego ao colo para trabalhar o teu corpo.
E continuo a dar pontos na malha de te aquecer
Enquanto contas quantos dias eu consigo permanecer sentada.
Eu luto com as posições cansadas e os olhos gastos
E fazes contas às horas como perdas de tempo...
Mas eu faço encantamentos para te oferecer no frio.
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