Tuesday, November 29, 2005


VIAGEM Posted by Picasa

VIAGEM

Paragem de autocarro onde espero desesperadamente o número da viagem...
O número não chega e vivo intensificações de passagens dos outros números.
Enquanto passam e seguem o seu caminho eu permaneço sentada sem movimentos exteriores.
Não conheço outros caminhos e não quero entrar nessas viagens.
Transponho o meu destino e entro no percursso fictício do que teima em não chegar.
Vou e volto sentada no banco da paragem do autocarro... e espero o número da viagem...

EVASÃO

Desintegrada do espaço procuro a identificação dos meus passos.
Não encontro na existência da realidade profunda o caminho...
Queria evadir-me do meu território e não sei a palavra mágica.
Qual é o truque para parecer feliz com o acaso das orientações?
Qual é o caminho que tenho de aprender para viver o sentido?
Qual é o sentido de parecer orientar aquilo que não percebo?!

Monday, November 28, 2005

PASSAGEM

Caminho no trilho das emoções que se transformam a cada passagem.
Trago marcados os dias da procura e o encontro dos sentidos.
Extenuada da vida monocórdica componho melodias de encantamento.
Procuro fábulas nos intervalos do ócio e ficções no trabalho dos dias.
Espero no infinito onde o linha é ténue e invisível a outros olhos.
Procuro a textura que cobre o teu corpo nos tragos de vida que me ofereces.
Espero os teus olhos na indelével passagem de ti para mim.

Friday, November 25, 2005

SABOR

Simultaneamente desejamos sentimentos distintos.
No mel dos abraços e no fel dos cansaços separamos canções.
Trouxemos sabores de refeições passadas e saboreamos...
Esqueci o tempo do prazer e digeri o sabor das palavras ausentes.

Thursday, November 24, 2005

MAPA

O corpo indica os caminhos do mapa.
Nos braços cruzam estradas destino que seguram desorientações.
As pernas são alicereces no mundo racional dos teus dias fecundos.
A cabeça transporta a criatividade dos teus olhos e a sensatez da tua alma.
O corpo indica os caminhos do mapa.
Perdi o mapa e não sei onde é o caminho.

Monday, November 21, 2005

TEMPO DE DESEJO

Pela janela dos meus dias vejo a chuva a cair no chão e a deixar alagadas as sensações do momento. Sinto o vento entrar no desejo de te sentir. Procuro as nuvens onde deposito palavras da minha imaginação. Renego o sol que mal aparece nestes dias tristes... renego o desejo das sensações... alago o meu chão com o teu desejo e pela janela vejo o sol a querer entrar nos meus dias.

Tuesday, November 15, 2005

TEXTO

De quem é o pensamento dos teus dias?
De quem roubaste o desejo dos teus sentidos?
De que vontade te exploraste para voar?
Que caminhos esqueceste quando aqueceste as mãos?
A inquientude dissipou-se na noite lânguida,
A vontade que vive dentro de nós viveu sozinha.
Trouxe o texto dos nossos dias para o livro das negações.

Sunday, November 13, 2005


O QUE RESTA Posted by Picasa

Saturday, November 12, 2005

DESEJO

Escondeste o amor nas palpebras dos teus olhos,
e com eles escorregaste a pele da harmonia.
Sintonia de germinações fecundantes
trouxeram vivacidade á colheita do encanto.
Vieste e voltaste num ápice de luz...
Por as paredes transpareceu um vulto de desejo
que rompeu esperanças devastadas de preconceitos.

Friday, November 11, 2005

PINTURA

Procuramos o presente na ideia do abstracto...
a pintura revela a fadiga e o amor enternecido,
é rude o rosto e as mãos envelhecidas...
os olhos transparecem o conceito de viver.
Aprendi e recebi a mensagem das tintas misturadas,
não sou eu mas sinto as inquietudes da sua alma...
Sinto o abstracto dos meus sentidos e vivo as cores da pintura.

VARIANTE

Como os pássaros migratórios voaste no meu horizonte.
Alimentaste o cansaço dos dias na variante do teu e do meu ser...
Trouxeste a fortuna e a loucura nas mãos que me entregaste.
Entreguei-te as minhas canções para levares no bolso.
Levaste o que se esvaiu de mim para nós...
De nós restou a mutação do cansaço na variante dos dias.

Wednesday, November 09, 2005

GUERREIRO

O caminho é curto e distante da realidade,
guerreias a vida em outra dimensão.
Como Ulisses partiu foste para tua guerra
de encontro à batalha de sentimentos e devaneios.
Não trazes odisseias para me enternecer
trazes mãos fogosas e o desejo do arco-íris.
As palavras afundaram-se no suor dos teus braços.

Sunday, November 06, 2005

VIVEU

Chegou a casa de mala vazia...trazia os sonhos no lugar da roupa,
Arrumou as ilusões no armário para continuar a viver...
Trouxe angústias nos sacos das compras e ternuras para cozinhar,
Vivências para enfeitar a sala e vazios para suportar.
Ofereceu amor em troca de nada e recebeu ardor em troca de tudo.
Viveu as dúvidas do paralelismo com e sem sentido, sofreu mas viveu...


PALAVRAS DA VIDA Posted by Picasa

Wednesday, November 02, 2005

INFINITO

Vejo sem limitações e desoriento o pensamento,
As ilusões sensoriais são fugazes e intensas...
Consumo-me até ao limite das vivências.
Partilham o rosto, o corpo e as palavras
E eu invento histórias na odisseia do infinito.
Espero aí no infinito por as estrelas.

ESTOU CANSADA

Se a minha voz se calar é porque as palavras não chegam...
Não há definição para o grito reprimido, para a escuridão da minha alma.
Transporto indefinições que se escondem na máscara da serenidade.
Estou cansada dos comportamentos fingidamente correctos.
É letal esta arma que acutila de fininho as minhas sensações.
Estou cansada de me perder sem nunca me encontrar,
Esta eterna mutação que transforma a minha personagem
traz sombras temporárias, alegrias momentâneas...
Traz a vida a mim... e eu vivo... mas estou cansada...