AS MÃOS POUSADAS
Na paisagem idílica vejo as tuas mãos pousadas nas pernas.
O ruído da verdura perturba o conteúdo das palavras.
As flores dobram-se à passagem do teu corpo...
São passos marcados na leveza das tuas acções.
O quadro daria uma pintura de Van Gogh escarnecida.
Tinhas as duas orelhas e trazias a camisola de lã amarela,
tinhas as mãos pousadas nas pernas quando te vi....
Continuo a lembrar a paisagem que percorri.
Os segundos flagelam-me e redimo-me constantemente,
São esboços dos teus movimentos idílicos
e resolvi transformar a paisagem em palavras.
Tinhas as mãos pousadas nas pernas longas que não te pertencem.
Utensílios para chegares a outros seres que te veneram....
Guardo a tua pintura na memória retratada sem artifícios,
Guardo o dia em que tinhas as mãos pousadas nas pernas e eu senti.
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