Friday, August 05, 2005

JARDIM

Fogueira que arde no jardim que construiram os antepassados dos guerreiros.
Raízes ancestrais que deixaram rastos e palavras como testemunhos dos seus desencontros e achados. Histórias de paixão, violência que traduzimos em evolução de tecnologias. Mensagens de garrafas passaram a toques polifónicos... e eu vejo o jardim a arder... e nada posso fazer!
Trago mensagens cravadas que solto pelos dedos num teclado negro no meio do nada.
O jardim está a morrer... já não há heróis... Nero também viu o jardim a arder e gostou, Romeu viu o amor morrer e ardeu, Sebastião desapareceu por entre chamas de nevoeiro. Trago as histórias no colo e deito-as na fogueira, e vou deixar o jardim arder.

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