Sunday, August 20, 2006

CURTA METRAGEM

Os candeeiros seguram a luz mas os raios ultrapassam o vidro da tua direcção.
Caminho na linha do brilho que se define no cimento da rua da nostalgia.
As casas que me envolvem são fragmentos distantes de presenças ausentes.
Nas janelas os canteiros floriram olhos sedentos de vidas alheias.
Nas cordas estão pendurados extractos de intimidade lavados e perfumados.
Quantos retratos da nossa rua tiramos nas tardes perdidas da cidade?
As revelações são estampagens imperfeitas de sedução intranquila,
São momentos a preto e branco no filme colorido do cinema do paraíso,
É uma curta-metragem que termina no primeiro take dos teus olhos.

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