Sunday, November 19, 2006

CASA DO VENTO

Fechaste a porta do vento e mesmo assim as frestas
avivam os meus cabelos com os rasgos que passam.
Pego no lenço da vigília do meu tempo e limpo o rosto:
É branco gasto de tempo e feito de linhas de vendaval.
Nas intémperies dos meus olhos soltam-se imagens,
Rochas de sal cristalino em forma de água viva e solta
Como um caudal corre sem respiração na trégua de foz.
Se pudesse bebia em terra a água de vento que me empurra
No abismo de um pavio que alumia a promessa de ser.
No fogo de horizontes imperfeitos e suados de vento delicado
Queimo poemas de chagas que querem viver além da história.
Entro na casa do vento dos teus braços ateus e abro a porta.

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