VAZIO
São teus os olhos de água,
Temperados de raios leves de lua
Que espreitam quartos empoeirados.
Não vejo os pés frios e descalços,
Sinto-os na pele fresca do chão,
E a vida foge como a escada rolante.
Trago as mãos vazias para te deixar
No recanto da sala distante que coabito.
Na intempérie os dias desfolham-se
E as terras fecundadas de nada,
Vertem lágrimas sangrentas nas folhas
Que pingam o futuro da noite vazia.