ROTAS
No cais desemboca o ardor do desejo...
Atraquei os sentidos desorientados
com vontade de ordenar sensações...
Sensorialmente te encontro afundado
no rubor das tuas passagens pelo cais.
E agora que rota aponto para mim?!
Para onde viro o leme?
No cais desemboca o ardor do desejo...
Lágrimas do vento que caem no meu rosto,
Respiro a brisa da manhã que entra no meu quarto...
Na permuta dos sentidos trocamos devaneios...
Se os teus olhos falassem meu amor...
Na terra da fantasia onde todos desejam a ilusão,
Além daquilo que se vê...
Receio a angústia das tuas palavras e o silêncio dos teus olhos.
A tela está fria apelando à tinta a emoção,
Desespero de embrulhar a vida e oferecer a quem passa...
Escorreguei na aragem do vento na pele da tempestade...
Apetecível o fruto que Eva mostrou no jardim dos teus dias.
Com vontade deito a cabeça na almofada de sonho...